A anemia ferropriva é um dos mais
graves problemas de saúde pública do mundo. Além de ser um dos 10
principais fatores de risco na determinação da expectativa de vida
das populações (OMS), o Banco Mundial indica que a alta prevalência
de anemia implica em perdas de até 5% do PIB (Produto Interno Bruto)
do País.
Em 2005 e 2006, o Projeto Criança Sem
Anemia verificou no RS uma situação classificada como severa pela
OMS: 44% das crianças de 6 meses a 6 anos de idade têm anemia.
Entre as mulheres gaúchas de 16 a 30 anos, 36% têm anemia.
O ferro esta associado à formação e
manutenção do tecido sanguíneo, que é um tipo especial de tecido
conjuntivo que pode ser dividido em duas partes: plasma (parte
liquida) e células sanguíneas, entre elas a hemácia composta
essencialmente por ferro, e responsável por transportar os gases
oxigênio e gás carbônico, para todas as células do corpo,
garantindo a manutenção destas e seus respectivos tecidos.
O ferro proveniente das carnes
vermelhas e vísceras animais é biologicamente mais disponível, por
ser ligado ao heme é absorvido diretamente pela mucosa intestinal,
já os vegetais de forma geral são ricos em ferro porém com a
presença de outros compostos como fibras alimentares, fitatos e
oxalatos, interferem na absorção do ferro pelo intestino humano.
Alguns fatores podem aumentar a absorção do ferro, como o cozimento
dos alimentos pelo efeito do calor na quebra de suas ligações com
outros compostos orgânicos. Glicose, frutose, alguns aminoácidos e
acido ascórbico, por reduzirem o íon férrico ao estado ferroso,
também facilitam a sua absorção. Esse efeito justifica o uso de
ferro quelado (por exemplo, com aminoácidos) e a orientação de
ingerir sulfato ferroso com sucos de frutas cítricas ricos em ácidos
ascórbicos, para otimizar a absorção do ferro na prevenção e no
tratamento da anemia.
A deficiência deste micronutriente
faz com que o organismo não produza hemácias pela falta do ferro,
além disso gera uma redução no potencial Imunológico, pois
diminui o poder bactericida dos fagócitos, a proliferação
linfocitária e a produção de células do organismo, contudo o
ferro é necessário tantos aos animais quanto aos microorganismos,
de modo que o organismo secreta três proteínas que possuem elevada
capacidade de se ligar ao ferro tornando este indisponível para as
bactérias e diminuindo a proliferação delas.
Anemia ferropriva também pode ser
ocasionada pelo Diabetes uma vez ela lesa os rins e estes não
conseguem produzir o hormônio eritropoietina,
que estimula a medula óssea a produzir as hemácias e leucócitos.
O ferro é reaproveitado em grande
parte pelo corpo humano, embora ocorram perdas no suor, fezes,
cabelos, descamação da pele e menstruação, além da transferência
placentária da mãe para o feto.
Desta forma devemos absorver a mesma
quantidade de ferro eliminada, com isso o homem adulto normal, perde
cerca de 1mg ao dia, a mulher adulta perde mais, sendo de 1,5 a 2mg
em função da menstruação, as gestantes, cerca de 3mg e indivíduos
em fase de crescimento, como lactentes e adolescentes, variam de 0,6
a 1,2 mg.
Como somente 10 a 15% do total de
ferro ingerido é absorvido, a quantidade a ser ingerida via
alimentação deve ser maior em relação à que eliminamos, para que
a absorção reponha adequadamente a perda. E na gestação, como a
quantidade ferro aumenta significativamente, é recomendado que haja
suplementação de sulfato ferroso.
E com uma alimentação saudável e
balanceada, ingerindo os alimentos de diversos grupos, isto
proporciona de 10 a 20mg de ferro, ou seja, de 5 a 7mg de ferro em
1000 Kcal
A tabela abaixo nos fornece a
informação da quantidade de ferro que o indivíduo deve ingerir
segundo a sua idade e sexo.
Idade |
Quantidade Recomendada (mg)
|
CRIANÇAS
|
|
0
a 0,5 (6 meses)
|
6
mg
|
0,5
a 3
|
10
mg
|
4
a 10
|
10
mg
|
11
a 18
|
12
mg
|
HOMENS
|
|
>
19
|
10
mg
|
MULHERES
|
|
19
a 51
|
15
mg
|
>
51
|
10
mg
|
GESTANTES
|
30
mg
|
LACTANTES
|
15
mg
|
Recomendação
diária da ingestão de ferro
FONTE:
CIÊNCIAS
NUTRICIONAIS, 2001.
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